Olá leitores!

Para inaugurar essa parte do meu Blog chamada Aprendendo a Ensinar. Eu quero começar este texto com uma frase que li essa semana no livrinho Our Daily Bread de um filósofo chamado Soren Kierkegaard que diz: 
If I were to wish for anything, I should not wish for wealth and power, but for the passionate sense of the potential, for the eye which, ever young and ardent, sees the possible. 
Você já sentiu alguma vez que você não iria conseguir? Que seus sonhos pareciam ou parecem muito distantes? Ficou triste e achou que era o único passando por isso? Bem vindo ao clube das milhões e milhões de pessoas no mundo que passam pela mesma coisa. 

Ah, mas eu não quero falar do impossível como um monstro apavorante, um destruidor de animação para sonhar. Quando eu era criança costumava correr para todo o lugar que ia como Forrest Gump. Eu pulava todos os obstáculos na minha frente para continuar correndo sem perder o ritmo. Que tal pensarmos o impossível como aquelas barreiras que os atletas tem que ultrapassar num salto? 
Porque eu estou falando sobre isso? Não amigo, não é para transformar meu blog em livro de autoajuda. É para falar dos meus sonhos, dos seus sonhos. Alguns meses atrás tudo o que eu havia imaginado sobre como seria a minha vida na universidade era muito singelo, pequeno, até mesmo desanimador. Você que tem lido o meu blog ultimamente sabe que agora tudo é diferente. Mas no inicio eu não sabia o que esperar. Imaginem que eu nunca tinha ido a Universidade Federal do Pará em toda a minha vida. A primeira vez foi no dia da habilitação onde tínhamos que entregar documentos. Eu fui em pé no ônibus lotado quase toda a viagem. 1h e 30 minutos para ser exata. Ainda tinha um idiota de marca maior sentado na minha frente, com uma caixinha de som tocando alto todas as musicas de tecnomelody(um estilo de musica regional) que você possa imaginar! Eu pensei comigo "Nossa, eu vou ter que enfrentar isso 1h e meia todos os dias durante quatro anos?" Para complementar me perdi junto com a minha mãe na universidade. Um dia muito animador né não? haha

Aprendi muitas coisas no meu primeiro semestre, mas certamente a lição mais preciosa que eu aprendi e que quero que todos os meus futuros alunos(ó que chique!) possam aprender é: Acreditar que nossos sonhos são possíveis. Eu não acreditava muito. Eu achava que sonhar era algo que ficava no plano da imaginação somente. Porque sinceramente eu não fazia a menor ideia de como realizar eles. 

Eu fico imaginando quantas pessoas já não acreditam em mais nada. Quantas pessoas acham que o que tem é o suficiente, mesmo que esse suficiente seja tão pequeninho. Eu via programas que falavam de lugares esplendidos pelo mundo e ficava imaginando se eram realmente daqui. Eu me lembro de ter assistido um desses programas, a repórter descer de rapel num buraco de 30 metros que era uma das entradas de um túnel criado por um rio há milhares de anos atrás. Ela pisou em areia como de praia e olhava a grandeza do lugar completamente emocionada. Eu imaginei o rio passando em meio as rochas e pensei eu queria estar aí e sentir o que ela sentiu. Desde esse dia eu comecei a pensar que uma das coisas que eu gostaria de fazer é viajar e conhecer as obras primas da natureza.


Esse é o meu sonho ou apenas um deles. Sonhar um sonho é muito pouco, que tal ter vários? Então comecei a fazer listas. E agora tenho uma infinidade de coisas para realizar. Mas então você pode me perguntar, como é que você vai fazer para realizar todos os seus sonhos? E lá vai outra coisa que quero que meus alunos aprendam: Tudo é uma questão de tempo. De oportunidades que devemos estar atentos para pegar e segurar firme. E que acima de tudo é necessário ter fé e coragem. Porque como Kierkegaard diz: "Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se."

Plantar sementes de esperança podem fazer uma grande diferença na vida de muitas crianças e jovens que ainda estão descobrindo o mundo. Não seria legal  mostrar que o mundo é além do que eles veem todos os dias com seus olhos? Persistir num sonho pode ser a salvação de muita gente. Eu tinha pequenos sonhos que foram alimentados pelos meus pais e pelas oportunidades proporcionadas pelo trabalho, e o investimento financeiro deles em minha educação. Hoje meus sonhos são o que são por causa deles. Mas será que todos as pessoas que eu conheço ou conhecerei tem alguém assim, que incentiva dessa forma?

Quando eu era criança eu achava muito bonito os passarinhos voando e pensei que seria muito legal se eu pudesse voar também. Ah, não me julgue, leitor! Você nunca pensou em ser como um super herói ou coisa assim? haha. Então, como os pássaros espalham as sementes eu gostaria de espalhar o melhor de mim. Porque o pior não é útil para eu quanto mais para o outro. 

Agora você pode perguntar "Então você vai dar aula de quê, inglês ou autoajuda?". Eu quero inspirar, mesmo que essa seja uma tarefa hercúlea. Ir de ônibus para a universidade e passar 1h e meia antes era algo dificílimo, hoje é só mais uma atividade do meu dia. Mas para chegar a esse ponto eu passei por um processo longo, cansativo e as vezes desmotivante. O que me leva a crer que para ser o que almejo as etapas serão assim também. 

No filme O auto da compadecida o padre diz a João grilo: "Benzer motor, todo mundo benze, mas benzer cachorro!?" Ensinar Inglês todo mundo ensina, mas ensinar além disso, inspirar, motivar o aluno a aprender mais e mais por conta própria e que por mais pequenos que sejam os seus sonhos, são seus sonhos e ninguém pode roubar eles de você é a parte interessante. Acho que essa a chave de ser aquilo que eu pretendo e sonho ser. Mesmo que para alguns seja bobagem.